8 de janeiro: veja o que revelam imagens em celulares de réus de SC presos dentro do Planalto

Os primeiros dois réus de Santa Catarina pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro começaram a ser julgados pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Na sexta-feira (13), o ministro Alexandre de Moraes votou para condenar Gilberto Ackermann, de Balneário Camboriú, e Raquel de Souza Lopes, de Joinville. Ambos foram detidos dentro do Palácio do Planalto.

Moraes votou pela condenação com pena de 17 anos de prisão em regime inicialmente fechado para cada um, além do pagamento de multa pelos danos aos prédios do Legislativo, Executivo e Judiciário. O julgamento vai até 20 de outubro.

As defesas dos réus negam que os atos eram antidemocráticos, dizem que eles não devem ser julgados pelo STF e que não há provas de que depredaram patrimônio público.

Raquel e Gilberto comemoraram tomada do Palácio do Planalto – Foto: REPRODUÇÃO/ND

Nos votos de cada um dos réus, Moraes embasou a condenação através de laudo da PF (Polícia Federal), perícia no celular dos acusados e depoimentos de testemunhas.

Veja o que o celular de cada um revelou sobre os atos de 8 de janeiro

Gilberto Ackermann

Gilberto foi preso dentro do Palácio do Planalto. Ele disse em seu depoimento que foi à Brasília “espontaneamente com a finalidade de se manifestar, que chegou no dia 8/1 e foi para a frente do Palácio do Planalto, tendo entrado no prédio para fugir do gás”.

No celular dele, Moraes diz que “se constata vídeo gravado pelo réu mostrando a sua barraca montada em frente ao Quartel General do Exército, demonstrando que pernoitou perante o QGEx., contradizendo, assim, a sua versão de que teria chegado apenas para o ato do dia 8/1”.

Barraca usada por Gilberto para dormir antes do 8 de janeiro – Foto: REPRODUÇÃO/ND

Além disso, Gilberto “registrou em vídeo, ainda, gritando e se exaltando no momento da invasão, que “eles estão cercando nós… por isso é que nós viramos o sofá lá na beira da escada… selva … selva”.  Ele ainda “permanece dando instruções de como combater as forças de segurança para os demais manifestantes, inclusive ressaltando a possibilidade de alguns manifestantes ‘tombarem’”.

Gilberto registrou quebradeira dentro do Planalto – Foto: REPRODUÇÃO/ND

“Cabe registrar que o réu foi para a manifestação preparado para o confronto, tendo levado equipamento para minimizar os efeitos dos armamentos de dissuasão utilizados pelas forças de segurança”, afirma Moraes, em seu voto.

Gilberto já teria ido preparado para 8 de janeiro – Foto: REPRODUÇÃO/ND

Raquel de Souza Lopes

Já Raquel “também realizou significativo número de fotos e filmagens da sua chegada e passagem pela Praça dos Três Poderes no dia 08/01/2023, em que afirma que ‘a primeira batalha foi ganha, ‘como eu achava que ia dar, deu pau aqui; povo subiu e quebrou tudo; povo subiu a rampa; comunismo aqui não’, aderindo ainda a um coro de ‘eu subi a rampa’”.

 

Raquel teria comemorado subida da rampa – Foto: REPRODUÇÃO/ND

“A ré também realizou inúmeras filmagens já dentro do Palácio do Planalto, comemorando a entrada no prédio (inclusive no Gabinete Presidencial), registrando a depredação ali verificada e até afirmando, enquanto sorri, que foi difícil chegar ali porque havia muitas bombas de gás”.

Raquel ainda “adotou postura de completa adesão ao grupo criminoso, inclusive total concordância para com a depredação intensa observada no Palácio do Planalto”.

Raquel tirou fotos em quebradeira dentro do Planalto – Foto: REPRODUÇÃO/ND

“Embora a defesa alegue que a ré teria vindo a Brasília para orar e que a entrada no Palácio do Planalto tenha decorrido da necessidade de se abrigar, o que se observa é que a própria ré menciona as bombas e os gases, para dizer que havia sido difícil entrar no prédio, tudo isso enquanto abertamente sorri na filmagem”, concluiu Moraes.

Raquel teria sorrido em comemoração aos atos de 8 de janeiro, diz Moraes – Foto: REPRODUÇÃO/ND

Suposta barraca usada por Raquel em acampamento, em Brasília – Foto: REPRODUÇÃO/ND

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