Trilha em SC: 3 níveis para quem ama o contato com a natureza

Incorporar uma trilha aos planos de verão é a chance de injetar uma dose de adrenalina no seu dia e ir além da tarde de compras ou do banho de sol. Como muitas são próximas às praias catarinenses, nem é preciso se deslocar para muito longe.

Trilha da Lagoinha do Leste, em Florianópolis – Foto: Arquivo/Marcos Campos/ND

É necessário, no entanto, estar sempre preparado: água e vestimentas apropriadas garantem a diversão com segurança. A recomendação é vestir calça, camiseta de manga comprida e calçado fechado. Além de repelente, lanches e um celular com a bateria carregada são essenciais.

Por garantia, nada melhor do que avisar conhecidos sobre os planos para essa aventura. Assim como é prudente seguir as sinalizações de cada trilha, buscar rotas em plataformas como a Wikiloc, que traz pontos de referências e relatos desses trajetos, pode ser de grande ajuda.

Conheça três opções de trilhas nas cidades de São Francisco do Sul, Balneário Camboriú e Florianópolis, incluindo trajetos para iniciantes, medianos ou destinados a aventureiros experts.

Trilha em São Francisco do Sul

Nível fácil

Trilha do Casqueiro – Foto: Parque Estadual Acaraí/Divulgação

Um destino certo para os amantes de trilhas em São Francisco do Sul é o Parque Estadual Acaraí, onde há trajetos bem conhecidos e com sinalização apropriada.

Entre eles está uma aventura para todas as idades, de curta duração e envolta em um contexto ambiental e cultural interessante: a trilha do Casqueiro.

Com cerca de um quilômetro de extensão, o percurso passa por estágios diferentes de restinga até levar à antiga comunidade do Casqueiro. Lá, na beira do rio, um grande sambaqui chama a atenção. Um antigo cemitério e as ruínas da Igreja de São Sebastião, erguida por volta de 1770, completam a visita.

A trilha parte do deque do Casqueiro, na Avenida das Dunas, já dentro do parque. Há como estacionar por lá e, mesmo sem visitação guiada, o local é destino de famílias com crianças. Quanto à trilha, por ter uma área erma, o ideal é retornar antes de escurecer.

Nível médio

Que tal aumentar um pouco a intensidade? Também situada no Parque Estadual Acaraí, perto da entrada pela Praia Grande, a trilha do Mirante do Rio é a opção para quem quer enfrentar algumas subidas e descidas, incluindo por dunas.

Ela tem cerca de um quilômetro de extensão e é a mais visitada do parque. No fim da trilha, o visitante pode aproveitar para tomar banho de rio, já que o local é seguro para isso.

Ao entrar no parque e andar por cerca de 400 metros, os totens levam ao Caminho do Rei. Após mais uma caminhada de quase meio quilômetro por essa trilha, é possível chegar ao formoso mirante, com vista para um arco do rio, marismas e mangues. Perfeito para fotos!

Nível difícil

Conhecida como trilha do Morro da Enseada ou do Morro da Esperança, essa rota teve a sua sinalização finalizada recentemente. Ela pode ser iniciada pela Praia da Enseada ou pela Praia da Saudade. Se optar pela primeira, será preciso subir os 225 degraus da escadaria da Petrobras.

Ao contrário das duas trilhas anteriores, essa fica fora do parque e é repleta de desníveis, exigindo um preparo adequado. Com 1,5 quilômetro de extensão, conta ainda com uma descida por um costão rochoso.

Há bastante comércios próximos das duas entradas. Na Enseada, há como aproveitar um banho de mar com poucas ondas, enquanto na Praia da Saudade os barzinhos são tão convidativos quanto um combo de camarão e chope.

Balneário Camboriú

Nível fácil

Parque Raimundo Malta – Foto: Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú/Divulgação

Mesmo sendo mais extensa que a aventura anterior, a trilha do Parque Raimundo Malta, próximo ao Rio Camboriú, é considerada de nível fácil.

Ela possui um trajeto plano e relativamente curto, ideal para iniciantes, e pode ser acessada dentro do próprio parque, logo após o visitante chegar de carro.

É uma trilha circular, em que o percurso termina no ponto de partida. Sendo interligado, acaba cruzando com outras trilhas, como a do Gambá e a do Lagarto.

Além de passear por essa rota, é possível fazer uma visita ao parque, curtir o manguezal e a beira do rio, observar aves ou até passear de barco. O espaço, no entanto, só abre à tarde.

Nível médio

Um percurso pelo costão de Balneário Camboriú, que passa por várias praias agrestes, presenteia o aventureiro com paisagens lindas. É a trilha da Praia do Coco à Praia Brava, que fica no Pontal Norte, próximo à FG Big Wheel. Considerada de nível médio, ela passa também por vegetação de restinga e conta com uma parada em um deck, no costão.

Também há como fazer a trilha apenas até a Praia dos Amores, conforme a disponibilidade de tempo. Neste caso, o trajeto tem cerca de sete quilômetros de extensão.

No fim, há como seguir para uma pequena subida e alcançar a praia Brava. Importante reservar de duas a quatro horas para o passeio e pensar na logística para o retorno, já que a trilha termina em um local diferente do início.

A experiência fica ainda mais prazerosa com um banho de mar para relaxar durante essa atividade física. As praias dos Amores e do Coco são muito menos movimentadas do que a Praia Central.

Nível difícil

Icônica, muito bonita e bastante conhecida, a trilha do Pico da Teta é uma opção para os experts. O alto nível de dificuldade se deve à localização, que demanda habilidades de navegação avançadas.

O trajeto, inclusive, não possui sinalização. Por ser uma trilha íngreme e de mata, que pode levar mais de duas horas, é crucial ir acompanhado e planejar um retorno cedo.

Se você se encaixa nesse perfil, após a escalada final pelas pedras, vai desfrutar de um visual deslumbrante, a mais de 270 metros de altura. No percurso, é possível apreciar a vegetação de encosta, além da mata original das montanhas da região.

Florianópolis

Nível fácil

Trilha da Barra da Lagoa – Foto: Prefeitura Municipal de Florianópolis/Divulgação

Localizada no Leste da Ilha, a trilha das Piscinas Naturais da Barra da Lagoa é a opção ideal para quem quer levar as crianças.

O encanto fica por conta da paisagem e das possibilidades do entorno, como a visita a um mirante. Sinalizada, tem um acesso relativamente fácil, largo e calçado, com escadas e corrimão em trechos específicos.

A vista do topo permite vislumbrar as praias da Barra da Lagoa e do Moçambique, bem como o Parque Estadual do Rio Vermelho. Essa trilha fica dentro dos limites do Monumento Natural Municipal da Galheta e é acessada a partir da praia da Barra da Lagoa. De lá, basta passar pela ponte sobre o canal e seguir para a prainha.

O percurso tem aproximadamente 500 metros e dura cerca de 15 minutos, levando até as belas piscinas naturais. No entanto, fica o alerta: apesar do nome simpático, essas estimadas atrações não são sempre indicadas para mergulho. Como em qualquer costão, é preciso ter atenção redobrada para evitar afogamentos.

Nível médio

O Norte da Ilha reserva bons destinos quando o assunto é imersão na natureza. A trilha do Morro do Rapa, entre a Praia Brava e a praia da Lagoinha do Norte, é manejada e bem sinalizada para o visitante.

Com um percurso não muito íngreme, que pode ser finalizado em cerca de uma hora e meia, coloca o aventureiro em meio a locais históricos onde o plantio de mandioca já fez muito sucesso.

Entre os quatro quilômetros de extensão, há trechos com mata mais fechada, bem sombreada, mas em sua maior parte é de floresta. Ao fim, há uma leve subida, que leva a vários mirantes e a uma rampa de voo livre.

Nível difícil

Não é apenas pela vista panorâmica do Sul da Ilha ou pela adrenalina de fazer um roteiro intenso em meio à natureza: enfrentar a trilha da Lagoinha do Leste é uma verdadeira conquista.

Há possibilidade de fazer a trilha de modo circular, entrando pelo Pântano do Sul, percorrendo a Lagoinha e conhecendo o Morro da Coroa. São pontos livres de edificações, com belezas cênicas.

Apesar de difícil, o trajeto entre o Pântano do Sul e a praia da Lagoinha foi bastante manejado e é primoroso. A trilha foi bem adaptada, com pedras transformadas em uma escadaria, em certo ponto, garantindo a devida segurança.

Do Pântano à Lagoinha, o tempo estimado é de uma hora e meia. Se a intenção é estender a emoção e seguir para o Morro da Coroa, é preciso separar mais uma hora — não pela distância, mas pela dificuldade.

Importante saber que o trecho que leva ao Morro da Coroa, onde fica a célebre Pedra do Surfista, não está manejado. Ele é íngreme e perigoso em certas partes, com raízes e pedras soltas.

É necessário ter um bom preparo físico, noções de orientação e planejamento. Ao chegar lá no topo, dependendo do dia e especialmente durante a temporada, pode haver fila para tirar foto na pedra.

No verão o visitante pode encontrar, próximo aos locais de início, comércios e lugares para fazer lanche. Já quem busca restaurantes de destaque deve conhecer o Pântano do Sul, enquanto uma passada pela praia da Lagoinha rende boas compras. Na temporada, quando o mar está em boas condições, há transporte marítimo na região

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