SAMU não recebeu pedido de socorro de jovens da BMW, diz investigação

A informação contrasta com o relato de uma testemunha, que alega ter recebido orientação dos socorristas para dirigir as vítimas a um hospital, apesar de ter solicitado ajuda

SAMU não recebeu pedido de socorro de jovens da BMW, diz investigação

Divulgação

A investigação realizada sobre a morte de quatro jovens em uma BMW na rodoviária de Balneário Camboriú, no primeiro dia do ano, revelou que não houve registros de pedidos de socorro ao SAMU naquela madrugada. A informação contrasta com o relato de uma testemunha, que alega ter recebido orientação dos socorristas para dirigir as vítimas a um hospital, apesar de ter solicitado ajuda.

O caso, que culminou na morte de Gustavo Elias, 24 anos, Tiago Ribeiro, 21, Karla Aparecida dos Santos, 19, e Nícolas Kowaleski, 16, foi esclarecido em uma coletiva de imprensa realizada na Secretaria de Estado de Segurança Pública, em Florianópolis.

Durante a coletiva, o delegado-geral da Polícia Civil em SC, Ulisses Gabriel, sugeriu que a orientação dada ao chamador pode ter sido um meio de acalmar a testemunha, que sofre de síndrome do pânico. O laudo da Polícia Científica, apresentado por Andressa Boer Fronza, perita-geral, e outros representantes das autoridades, incluindo membros do Samu, concluiu que a causa das mortes foi intoxicação por monóxido de carbono. A saturação do gás nas vítimas estava acima de 50%, uma concentração considerada letal.

Alterações no sistema de escapamento do veículo, como a remoção de abafadores e troca do catalisador, foram identificadas como contribuintes para a criação de uma atmosfera tóxica dentro do carro.

As vítimas foram encontradas em parada cardiorrespiratória pelo Samu, que realizou tentativas de reanimação por 40 minutos, sem sucesso. Geovana, namorada de Gustavo e testemunha do incidente, relatou que o grupo havia decidido permanecer no carro com o ar-condicionado ligado devido a sintomas de enjoo e tontura, enquanto ela esperava fora do veículo. Ao retornar, ela se deparou com a situação dramática.

A Polícia Civil, em suas investigações, analisou câmeras de segurança e realizou exames, concluindo que um vazamento de monóxido de carbono entre o motor e o painel foi a causa provável das mortes. Familiares das vítimas reportaram que o carro havia passado por customizações recentes. Não foram identificados sinais de violência física ou indícios de álcool e drogas no veículo ou nas vítimas.

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