Promobis: fase de estruturação chega à reta final e representantes projetam começo de obras

O caos na BR-101 na manhã desta quarta-feira (24), causado por um acidente entre duas carretas, aconteceu no mesmo dia em que uma importante reunião discute o Promobis, um dos maiores projetos de mobilidade de Santa Catarina.

Representantes da AMFRI (Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí), se reuniram com uma equipe do Banco Mundial para tratar da fase final de estruturação do programa. Essa será uma das últimas conversas da equipe técnica com os municípios antes da fase de negociação.

Uma das etapas mais aguardadas do Promobis é a construção de um túnel imerso entre Navegantes e Itajaí. Esta é uma demanda antiga dos moradores, que dependem do ferry boat para fazer a travessia e convivem constantemente com filas.

A expectativa da Amfri é de que até o fim desse ano a obra comece a ser executada. O túnel, por sua vez, espera-se que fique pronto em um prazo de quatro anos. Até a próxima sexta-feira (26), outras reuniões da fase de estruturação do Promobis devem acontecer.

O Promobis tem o objetivo de melhorar a acessibilidade de forma sustentável entre as 11 cidades da AMFRI. Além do túnel entre Itajaí e Navegantes, o projeto prevê a implantação de ônibus elétricos e obras de micro mobilidade elétrica e ativa em Balneário Camboriú.

De acordo com Paulo Muller, presidente da AMFRI, assim que a fase de estruturação for concluída, faltará somente a chancela do Governo Federal. “Por causa da questão da taxa de juros, carência, prazo para pagar, a divisão do bolo”, diz o executivo sobre as negociações.

“Os municípios vão pagar proporcionalmente aquilo que utilizam, Itajaí e Navegantes pagam um pouco mais por conta da ligação do túnel. Bombinhas, Porto Belo e Itapema pagam menos, porque só entram na questão da mobilidade integrada”, explica.

Em suma, as fatias do Promobis serão divididas de acordo com população e território da cidade. Conforme representantes do Banco Mundial, serão 90 milhões de dólares financiados pelo projeto, com uma contrapartida de 30 milhões de dólares repassadas aos os 11 municípios da AMFRI.

Promobis empolga representantes do Banco Mundial

Carlos Bellas, gerente do Promobis no Banco Mundial, ressaltou o pioneirismo do programa após a reunião. “É verdadeiramente o primeiro que estamos fazendo no Brasil”, pontuou.

“O banco está muito empolgado em trabalhar juntamente ao consórcio, porque acreditamos ser um modelo maravilhoso para exportar também para fora do País”, completou, destacando ainda o bom desempenho econômico da região.

Todos os municípios terão um prazo de carência de cinco anos e, após isso, mais 20 para pagar a dívida. A situação financeira favorável da AMFRI, traz confiança a Carlos Bellas para a fase de negociações.

“Uma vez passado esse período, o Promobis já ficará aprovado pelo diretório do Banco Mundial”, explica. “E, a partir daí, o projeto entra em nova fase. Eu confio que estaremos aqui, eu e minha equipe, já pensando em como implementar e fazer na realidade esse projeto”.

“A gente vai ter também conversas com o Estado, que confiamos que seja parceiro para que tudo seja mais fácil e a implementação o mais rápido possível”, finalizou o executivo.