Mudança no Plano Diretor de Balneário Camboriú vira caso de polícia

Votação de projeto que permite alterar as regras antes das eleições causou polêmica

Câmara de Vereadores de Balneário CamboriúSessão da Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú (foto: Divulgação)

A votação de um projeto de lei polêmico na Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú, que altera a legislação municipal e permite mudanças no Plano Diretor da “capital dos arranha-céus” em período eleitoral, terminou em confusão na terça-feira (11) à noite.

O projeto foi enviado ao Legislativo pelo prefeito Fabrício Oliveira (PL), sob a justificativa de que a prefeitura tem sido pressionada para concluir a revisão do Plano Diretor, e de que a vedação trava discussões sobre o desenvolvimento da cidade. Na segunda-feira (10), no entanto, 21 delegados da revisão do Plano Diretor de Balneário Camboriú emitiram um documento em que afirmam que a proposta “ignora o princípio da moralidade”.

A votação do projeto lotou o plenário na terça-feira à noite, e o presidente da Câmara, vereador David La Barrica (PRD), que integra a base do governo, interrompeu a sessão por três vezes alegando que as manifestações da comunidade impediam o andamento dos trabalhos legislativos. A última delas foi durante a fala da vereadora Juliana Pavan (PSD), pré-candidata da oposição à prefeitura – foi quando o caldo entornou.

A interrupção provocou tumulto e o presidente da Câmara chamou reforço policial. A votação será retomada na sessão desta quarta-feira (12), que começa às 16h – mas o clima é de tensão, já que a confusão que começou no plenário se estendeu para a Delegacia de Polícia.

Três vereadores registraram Boletim de Ocorrência durante a noite. A vereadora Juliana Pavan contra o presidente da Câmara, David La Barrica, por violência política contra mulher. Ele, por sua vez, registrou BO contra ela por injúria e difamação. Já o vereador Nilson Probst (MDB) registrou boletim de ocorrência contra o secretário de Segutrança de Balneário Camboriú, Gabriel Castanheira, por ameaça.

O fato é que o Plano Diretor de Balneário Camboriú deveria ter sido concluído até o final de 2023, mas ainda tem etapas pendentes. A discussão é acirrada porque a cidade tem um modelo de ocupação sui generis, que utiliza muitas das ferramentas do Estatuto das Cidades para permitir uma verticalização extrema. Nos bastidores, a informação é de que a pressa em finalizar o Plano Diretor atenderia ao lobby da construção civil.

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