Dia do Voluntariado: quem pratica descreve importância do trabalho e necessidade de mais pessoas apoiarem as causas

O Dia Nacional do Voluntariado, lembrado em 28 de agosto, é um convite para reflexão sobre o significado e a importância de doar parte do seu tempo para ajudar quem precisa mais. 

Na era da ‘correria’ onde parece que o tempo muitas vezes tornou-se escasso para seus próprios compromissos e afazeres, o serviço voluntário ampliou sua dimensão, tornou-se ainda mais importante na vida de uma pessoa. 

Na pandemia e mais recentemente na enchente gaúcha, os brasileiros evidenciaram o poder e a força do trabalho voluntário. Porém, nestas situações emergenciais grande parte das pessoas manifesta sua vontade de ajudar naquele momento, doando alimentos, roupas etc. 

Mas o serviço voluntário, aquele de todo dia, trabalho de formiguinha, que resgata valores humanitários para diminuir a desigualdade, tem uma relevância maior porque é contínuo. Este tipo de voluntariado atua em causas diversas, saúde, assistência social, direitos humanos, questões ambientais, educação e tantos outros.

É o ato de dar o seu tempo para ajudar outros sem esperar nada em troca. É uma ação que faz bem para alguém e para quem doa também.

Neste Dia Nacional do Voluntariado, a reportagem lançou uma enquete para algumas das tantas instituições públicas e privadas que praticam o bem em Balneário Camboriú, perguntando:

“Como você descreveria a importância do trabalho voluntário para a causa que a entidade apoia e como aumentar a motivação e estimular que mais pessoas pratiquem o voluntariado”?

Juliana Ferreira de Deus, voluntária responsável pelo Grupo Solidariedade&Amor

Juliana (E) e Kátia, também voluntária do grupo (Divulgação)

“Ser voluntário é deixar sua dor de lado para abraçar a dor do outro. É viver uma transformação espiritual todos os dias. E isso é lindo. Ajudar o outro na verdade é ajudar a si mesmo. E com certeza convido a todos, porque ser voluntário nos dá pequenas doses de felicidade e gratidão todos os dias. Por que? Porque nós temos que ser a mudança que queremos ver no mundo. Como estimular mais pessoas? Mostrando nas nossas ações do dia a dia que temos nas mãos o poder de mudar o mundo. Que podemos ser a voz de quem não é ouvido e principalmente podemos ser esperança na vida de quem não tem mais perspectiva de um futuro melhor”.


Marisa Schmitt Kuehne, presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer

A presidente Marisa Schmitt Kuehne e a vice Nanci Campos de Sá (Divulgação/RFCC)

 “O voluntariado está presente na minha vida desde o ano de 1980, época em que fomos convidados a participar do Lions Clube Balneário Camboriú Leão do Mar, um Clube de Serviço, com objetivo de SERVIR DESINTERESSADAMENTE , foi uma escola para minha caminhada. 

Ficamos nesse clube por 32 anos e após sairmos, fui convidada a participar como voluntária na Rede Feminina de Combate ao Câncer de Balneário Camboriú, onde estou desde 2013, hoje como presidente da entidade.

Então, o voluntariado é uma das ações mais nobres que conheço… é doar o que temos de melhor “nosso tempo”, é ajudar o próximo, é o acolhimento humanizado, o carinho, o amor, a atenção, a orientação, enfim… é importante para quem recebe a nossa atenção, porém,  é muito mais gratificante a nós que nos doamos, faz muito bem!

O que fazer para ser um voluntário?

Em primeiro lugar é ter amor no coração… e principalmente comprometimento no que faz… ser voluntário  não é apenas se prontificar, se dispor, somente para sair um pouco de casa, mas sim, assumir porque tem no coração a vontade de se doar e de SERVIR!

Hoje, dia 29 de agosto, foi um dia muito difícil  para nós todas das Redes Femininas de SC, nos despedimos da nossa querida Presidente Estadual, Maria Ciria Aragão  Zunino, que faleceu justo no Dia Nacional do Voluntariado, nesta quarta-feira, dia 28 de agosto. Ela fez um belo e digno  trabalho voluntário durante 40 anos… uma baluarte, um exemplo pra todas nós! Só gratidão por tudo que nos transmitiu e incentivou.

Parabéns a nós todas voluntárias nessa linda caminhada da vida!


Fabiana Jeziorski, tesoureira da Associação de Apoio as Famílias de Defícientes Físicos (AFADEFI)

Fabiana e voluntários em passeio no Space Adventure (Divulgação/Afadefi)

“Ser voluntário é um ato de amor, é ter um olhar empático, sem esperar nada em troca. Nós aqui da AFADEFI que somos uma entidade filantrópica sem fins lucrativos, dependemos do voluntariado para seguirmos nossos objetivos que é promover saúde e bem-estar a crianças e adolescentes com deficiência física, através de atendimentos de fisioterapia, psicologia, fonoaudiologia e psicologia gratuitamente, além de atender adultos com deficiência nas áreas de psicologia e assistência social.

Seguidamente promovemos ações com nossos atendidos para inseri-los na sociedade como um todo, levamos a passeios, aos pontos turísticos de nossa cidade e para isso dependemos da solidariedade das empresas assim como quando fazemos confraternizações onde as pessoas podem ser voluntárias, que poderão tanto doar presentes, alimentação ou vir nos ajudar na organização.

Convidamos a todos vir nos conhecer, conhecer nosso trabalho e quem sabe se tornar um voluntário”.


Adriana Silva, secretária da Pessoa Idosa (SPI) de Balneário Camboriú

Adriana com alguns dos voluntários da SPI (Divulgação/SPI)

“O voluntariado é o maior ato de amor ao próximo, onde ensinamos e aprendemos. Nessa reciprocidade evoluímos enquanto  pessoa. Na secretaria da Pessoa Idosa temos 90% de voluntariado, todos são 60 anos +. Eles ministram as dezenas de oficinas que oferecemos gratuitamente aos maiores de 60 que residem na cidade. Eles são exemplos de juventude e alegria de viver bem.

Uma forma de incentivar outras pessoas a praticar o voluntariado é visitando a Secretaria da Pessoa Idosa, a única do Estado e terceiro no Brasil”.


Patrícia Debrassi, voluntária na ONG Viva Bicho

(Divulgação/Ong Viva Bicho)

“O trabalho voluntário faz toda a diferença na ONG Viva Bicho. Apesar de termos funcionários, precisamos de voluntários, que muito nos ajudam. Não importa a causa que você escolheu se dedicar, mas escolha uma e se engaje. Tenha sistematicidade, responsabilidade, compromisso, proatividade. Reconheça o que já foi feito, o que precisa melhorar, arregace as mangas, tenha atitude e faça!! Voluntariar é compreender que fazemos parte de um coletivo, onde somente de forma coletiva, conseguiremos viver em harmonia e essa é a motivação, desejar e fazer um mundo onde todas as formas de vida possam viver de forma plena”.


Christina Barichello, secretária de Inclusão Social de Balneário Camboriú e voluntária na Casa da Família

Christina em uma das oficinas da Casa (Divulgação)

“Temos 250 voluntários atuantes hoje na Casa da Família e entendo e sinto que na Casa o voluntariado é o braço que o poder público às vezes não alcança, o coração, o olhar. E o que acontece muito com os voluntários é que às vezes vêm para serem atendidos em uma situação – como terapia, vítimas de alguma violência, ou para ir no baile, bingo, pilates, gostam tanto e se prontificam a ajudar, querem devolver o que receberam. 

Temos voluntários que são médicos, professores, aposentados, também mais jovens. 

O voluntariado é a expressão da empatia, da solidariedade, que vai muito além de doação material – doam o cognitivo, o coração, a alma, conseguem impactar positivamente a vida de outras pessoas e a comunidade como um todo.

O que temos de feedback é que os voluntários crescem como pessoas, tem retorno emocional de fazer a diferença na vida do outro. 

Ministram oficinas, temos 170 ao total, entre fixas e sazonais, como cursos que iniciam e terminam, depois recomeçam. São 250 voluntários e 380 na fila para se voluntariar, porque não temos salas suficientes. Já abrimos das 7h às 22h de segunda a sexta, e não deixamos ninguém ‘escapar’, sem a gente conversar e explicar que temos outros equipamentos que também podem ser assistidos. Já tem fila para voluntários que querem atuar na Casa da Família 2, que vai ser na região sul e está quase pronta. 

Os voluntários se sentem parte dessa corrente do bem. Temos voluntárias que estão há 7 anos conosco, desde a época em que eu era Secretária da Pessoa Idosa. Vejo que para motivar o voluntariado é preciso convite, acolhimento ao voluntário faz toda a diferença – aquele abraço, mostrar a diferença que ele faz”.


Margid Buckstegge, presidente da APAE de Balneário Camboriú

Margid (D) na APAE (Divulgação/APAE)

“Descrevo que a primeira importância como voluntária, foi entender e ler o Estatuto da Entidade onde uma das primeiras obrigações do Art.18 é manter o padrão de conduta ética de forma a preservar e a aumentar o conceito do Movimento APAEANO no Município. O Movimento APAEANO é muito organizado e conseguiu o seu espaço em nivel nacional na sociedade, logo a responsabilidade é muito grande, mas quando você conhece a causa, você se apaixona por ela, nada fica difícil e você vai vendo que realmente precisa de voluntários naquele lugar com boa vontade, percebi o quanto é gratificante, o quanto isso faz bem, porque, fazer o bem,  faz bem pra gente com toda certeza. 

A APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais cujo nome já diz, foi criada por pais e amigos dos excepcionais (excepcionais termo usado na época há 70 anos), todos eram e são até hoje voluntários, fazem parte da Diretoria, são eles que decidem em reunião o destino da APAE, por isso, esse voluntariado não pode acabar, caso contrário, as APAEs não podem existir, isto é estatutário. Dentro das próprias reuniões de Diretoria, que são cerca de 30 pessoas, já vai se pensando os integrantes para próxima gestão de 3 em 3 anos, apresentando a nova Diretoria que vai se renovando sempre e para que o trabalho continue, vai se cadastrando pessoas do bem, que tenham interesse em dedicar um pouco do seu tempo em prol de quem necessita, lembrando que ser voluntário exige muita responsabilidade, empatia, respeito, liderança e principalmente  ter princípios de relação humana e solidária, sem esperar nada em troca. 

Aliás, em troca a gente recebe a satisfação de fazer o bem a todos os nossos queridos e maravilhosos educandos que eu tanto amo. 

Agradeço e parabenizo a todos os voluntários da APAE e demais entidades de Balneário Camboriú”.


Cátia Franzoi, fundadora e hoje coordenadora da Associação dos Pais e Amigos do Autista (AMA Litoral)

(Divulgação)

“Há 17 anos, a minha vida mudou para sempre com o diagnóstico do meu filho com autismo. Essa jornada, repleta de desafios e descobertas, me ensinou o verdadeiro valor do amor, da paciência e da inclusão. Foi essa experiência que me motivou a fundar a AMA Litoral, uma associação dedicada a apoiar crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e suas famílias.

Desde o início, nosso objetivo tem sido criar um espaço acolhedor onde as famílias possam encontrar apoio, informações e recursos. Acredito que, juntos, podemos promover a conscientização sobre o autismo e lutar por uma sociedade mais inclusiva, onde cada criança, independentemente de suas diferenças, tenha a oportunidade de brilhar.

Por muito tempo fui voluntária na AMA Litoral e não é apenas uma missão; mas sim  uma paixão que me move todos os dias. Juntos, podemos transformar desafios em conquistas e construir um futuro melhor para nossas crianças.

Convido todos a se juntarem a nós nessa jornada de amor e inclusão!”

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