Congresso Brasileiro de Contabilidade: diversidade, influência digital e IA marcam segundo dia

O segundo dia do 21º Congresso Brasileiro de Contabilidade (CBC), em Balneário Camboriú, abordou o impacto das novas tecnologias na profissão e promoveu debates sobre diversidade, relações corporativas e tributação internacional, entre outros temas. O evento reúne 7 mil pessoas – que acompanham fóruns, painéis e palestras magnas – sob o lema “Ser Contábil: Humano, Digital e Ético”.

O primeiro destaque do dia foi o Fórum de Inteligência Artificial, que atraiu interessados em explorar as inovações tecnológicas que estão transformando as práticas contábeis. Especialistas como Carlos Piazza e Eduardo Hadermec discutiram a automatização de tarefas contábeis, como reconciliações bancárias e auditoria de documentos financeiros – e como essas mudanças podem trazer mais eficiência para as rotinas de trabalho.

Foto mostra vista de cima do 21 Congresso Brasileiro de Contabilidade

Congresso Brasileiro de Contabilidade reúne 7 mil pessoas em Balneário Camboriú – Foto: Fellas Films

“A incorporação da IA na contabilidade não quer dizer, necessariamente, que o contador será substituído. Agora, para que isso não aconteça, ele precisa estar sempre atualizado”, afirmou Carlos Piazza. O fórum demonstrou que a inteligência artificial deve ser uma aliada dos profissionais da contabilidade, melhorando a qualidade dos serviços prestados, desde que usada de maneira ética e responsável.

Outros temas tratados no Congresso Brasileiro de Contabilidade

Diversidade e inclusão

A executiva e contadora Rachel Maia foi a responsável pela primeira palestra magna do congresso, trazendo reflexões profundas sobre liderança e diversidade no ambiente corporativo. Com uma trajetória que inclui cargos de destaque em multinacionais e um constante engajamento em questões sociais, Rachel destacou a importância da inclusão e do combate à autossabotagem como passos fundamentais para o sucesso.

“Sabotar-se, achar que não pode, que não é capaz, que não vai conseguir”, disse Rachel, reforçando que superar essas barreiras internas é o primeiro passo para o crescimento. “Gerar oportunidades, esse é o ciclo da vida que eu acredito”, completou.

Influência digital

A Trilha Influenciadores trouxe um novo olhar sobre o uso das redes sociais como ferramenta estratégica para contadores e empresários contábeis. Com três rodadas de debates, os palestrantes discutiram desde a atração de clientes até a monetização do conhecimento através das plataformas digitais.

“É preciso que nos posicionemos, pois, se não o fizermos, permitimos que as pessoas tomem as conclusões delas sobre nós. Mas esse posicionamento deve nascer da nossa essência e de forma estratégica, para que sejamos ouvidos”, afirmou a contadora e influenciadora Catarina Amaral.

Já Fellipe Guerra, presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Ceará (CRCCE), sublinhou que produzir conteúdo relevante é essencial para construir uma imagem sólida e de valor na internet: “Tenham em mente que é o conhecimento que trará retorno”, aconselhou.

Relações tóxicas

Outro tema de grande relevância abordado no segundo dia foi a “Relações Perigosas e Tóxicas no Ambiente Corporativo”, com a palestra ministrada pela psiquiatra e escritora Ana Beatriz Barbosa Silva. Com uma abordagem voltada para o ambiente de trabalho, ela explicou como o bullying, assédio e a falta de apoio afetam a saúde mental dos profissionais e comprometem a produtividade das organizações.

Vários temas foram discutidos durante segundo dia de CBC – Foto: Fellas Films

“Temos que começar a entender que cada pessoa é única, e quando conseguimos tirar o melhor de cada um, promovemos o progresso de todos”, disse Ana Beatriz, ressaltando a importância de um ambiente colaborativo.

Tributação internacional

O painel Desafios da Tributação de Transações Internacionais trouxe discussões sobre as implicações legais e fiscais das transações entre países. O palestrante Daniel Teixeira Prates ressaltou a importância de uma abordagem estratégica para lidar com as complexidades tributárias no cenário internacional, especialmente à luz das ações da OCDE para reduzir a evasão fiscal.

“Os negócios internacionais são fortemente afetados pela carga tributária de cada país e por acordos transnacionais. Entender esses impactos nas transações entre países é de vital importância para fundamentar as decisões corporativas”, comentou Daniel.

O painel também abordou as novas regras de preço de transferência no Brasil, com o palestrante Márcio Oliveira explicando a importância de identificar corretamente as relações comerciais entre as partes envolvidas.

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