VÍDEOS: Enchente deixa imóveis alagados até o teto em Rio do Sul e rio pode chegar a 12 metros

A chuva continua caindo e rio Itajaí-Açu segue subindo em Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí. Conforme leitura das 08h da manhã desta sexta-feira (17), o nível do rio que corta a maior cidade da região chegava a 10,87 metros, configurando uma enchente de porte considerável.

Imagens feitas pela reportagem da NDTV em alguns pontos da cidade revelam que já há casas e prédios com o primeiro andar inteiramente tomado pela água da enchente. Pelo alto, as cenas da cidade tomada pela cheia do rio Itajaí-Açu são ainda mais impactantes.

As imagens feitas pelo cinegrafista Rafael Dell Antônia, do perfil Rio do Sul do Alto, no Instagram, revelam a dimensão desta nova cheia pela qual a cidade passava já no final do dia de ontem, quinta-feira (16).

 

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Esta é a quinta enchente registrada em 2023 no município, sendo a segunda no mês de novembro. Nos registros históricos, esta é a 71ª enchente da história de Rio do Sul, desde 1911.

Entre os locais mais afetados pela cheia nesta sexta (17) estão os bairros Budag, Barragem e Canoas. No primeiro local alagável de Rio do Sul, o Parque Henry Hobus e a Ponte da Ximbica, a água já chega a uma altura superior a 3 metros. O Mercado Público está com água até o teto.

Na região da ponte da Ximbica e do Parque Henry Hobus, a água já ultrapassou os 3 metros de altura sobre a via nesta sexta (17) – Vídeo: Gabriela Szenczuk/NDTV

Previsão do tempo durante a enchente

A condição de chuva persiste para esta sexta-feira (17) e a Defesa Civil aumentou a cota de inundação para 12 metros e de 13 metros para atenção. Uma nova reunião do Grac (Grupo de Ações Coordenadas) deve ser realizada logo mais às 09h para outras atualizações.

As escolas e creches da rede municipal de educação de Rio do Sul estão com atendimento totalmente suspenso nesta sexta-feira (17), tanto para a educação infantil, quanto para o ensino fundamental.

Inicialmente, optou-se em deixar algumas unidades de plantão, mas com a previsão de mais chuva, elevação do rio e dificuldade de se chegar nos locais, a Secretaria de Educação optou em suspender todo o atendimento. Além disso, algumas unidades estão servindo como abrigo para atender pessoas que precisaram sair de suas casas.

No bairro Budag, em Rio do Sul, a cheia é intensa e causa prejuízos nesta sexta-feira (17) – Vídeo: Gabriela Szenczuk/NDTV

O número de abrigos abertos em Rio do Sul subiu para 19 e a prefeitura ainda contabiliza o número de pessoas que estão buscando estes locais, que é alto. Estima-se que haja 11.850 pessoas desalojadas na cidade, 304 ruas alagadas e 4 mil casas atingidas, isso sem contar os comércios, empresas e indústrias afetadas pela enchente.

Os volumes de chuva previstos para os próximos dias ainda são incertos, segundo a própria prefeitura de Rio do Sul. A Defesa Civil local informa que tem relatado dificuldade de prever com exatidão o modelo que pode ser apresentado.

Para se ter uma ideia, a expectativa de quinta-feira era um volume de 40 milímetros, que foi superado em quase três vezes. Por hora, sabe-se que há mais chuva pelo menos até sábado (19).

Centro de Rio do Sul, na Avenida Aristiliano Ramos e Oscar Barcelos, está bloqueado por alagamentos nesta sexta-feira (17) – Vídeo: Gabriela Szenczuk/NDTV

Túnel do bairro Canoas está bloqueado e foi tomado por alagamento nesta sexta-feira (17) – Vídeo: Gabriela Szenczuk/NDTV

Centro de Rio do Sul, na Avenida Aristiliano Ramos e Oscar Barcelos, está bloqueado por alagamentos nesta sexta-feira (17) – Vídeo: Gabriela Szenczuk/NDTV

Ocorrências relacionadas às enchentes

Até as 06h da manhã desta sexta-feira (17), a Defesa Civil de Rio do Sul teve o registro de 25 chamados de ocorrências, sendo a maioria por questões relacionadas por deslizamentos de terra e rachaduras em muros ou quedas de árvores ou enxurradas. Não há registro de feridos.

No bairro Rainha. foi registrado um deslizamento de terra na rua Rua José Valiati, sem vítimas. Defesa Civil e Corpo de Bombeiros Militar estiveram no local para avaliar a situação.

A Defesa Civil reforça algumas medidas de segurança e conduta para evitar problemas, incômodos e acidentes neste momento de enchente na cidade:

• Deixe as ruas livres para os veículos de segurança ou as pessoas que realmente precisam fazer a retirada de seus pertences, evitando o turismo de enchente;
• Não utilize canoas, botes ou outros tipos de formas de locomoção em locais alagados se não tiver experiência e instrumentos de segurança como coletes;
• Evite transitar com veículos ou até mesmo a pé em áreas alagadas. Elas podem conter rachaduras, buracos, valos que podem causar danos e risco aos transeuntes;
• Se sair de casa, desligue o gás, o disjuntor de eletricidade e o relógio de água;
• Não deixe lixo em áreas que podem ser alagadas. Leve para locais mais altos e, se possível, deposite na rua apenas quando a coleta for regularizada. O atendimento será revisto dia a dia;
• Ao sair de casa, não esqueça de remédios, principalmente os de uso contínuo ou receitas médicas de medicamentos importantes, além de equipamentos de saúde de uso pessoal;
• Tenha cuidado com os animais de estimação. Não os deixe presos em casa ou na corrente. Leve-o junto se precisar sair. E se não tiver como, deixe-o solto;
• Tenha empatia. Se puder, ajude o vizinho, o amigo, o colega de trabalho. O momento é difícil para grande número de pessoas e quanto mais ajuda, o prejuízo e a dor podem ser amenizados;
• Emergências devem sempre ser acionadas pelo telefone da Defesa Civil 199.

Bombeiros de outras regiões de Santa Catarina chegam a Rio do Sul

Além da Defesa Civil local, o Corpo de Bombeiros Militar também está encaminhando reforços ao Alto Vale para socorrer as vítimas de mais uma enchente. Equipes das Forças-Tarefa de Curitibanos, Blumenau, Itajaí e Balneário Camboriú estão em Rio do Sul.

Já socorristas da cidade de Lages estão trabalhando em Taió e bombeiros de Curitibanos estão trabalhando em Rio do Oeste. A corporação do 15º BBM (Batalhão de Bombeiros Militar) tem registrado nas últimas horas diversas ocorrências, principalmente de apoio a pessoas que buscam sair de casas alagadas.