Bombeiro de Blumenau fala sobre buscas por vítimas do ciclone no RS: ‘é uma força muito grande’

Desde segunda-feira (18), as equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina são chefiadas por um bombeiro de Blumenau, no Vale do Itajaí, durante a força-tarefa de resgate às vítimas da chuva no Rio Grande do Sul. No Estado vizinho, a região mais afetada e que concentra todas as equipes de busca é o Vale do Taquari.

Terceira equipe do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina conta com 21 homens, cão de buscas, botes, caminhões e até drones – Foto: Corpo de Bombeiros Militar/Divulgação/ND

Em entrevista ao Portal ND+, Fillipi Thiago Pamplona, capitão do 3º BBM (Batalhão de Bombeiros Militar), falou sobre as cenas que viu e o trabalho que os militares catarinenses desempenham no local desde 6 de setembro, quando a primeira equipe desembarcou na região mais afetada.

Capitão Pamplona, à esquerda, lidera equipe do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina que conta com 21 homens, cão de buscas, botes, caminhões e até drones - Corpo de Bombeiros Militar/Divulgação/ND
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Capitão Pamplona, à esquerda, lidera equipe do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina que conta com 21 homens, cão de buscas, botes, caminhões e até drones – Corpo de Bombeiros Militar/Divulgação/ND

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Terceira equipe do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina conta com 21 homens, cão de buscas, botes, caminhões e até drones – Corpo de Bombeiros Militar/Divulgação/ND

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Terceira equipe do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina conta com 21 homens, cão de buscas, botes, caminhões e até drones – Corpo de Bombeiros Militar/Divulgação/ND

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Terceira equipe do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina conta com 21 homens, cão de buscas, botes, caminhões e até drones – Corpo de Bombeiros Militar/Divulgação/ND

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Terceira equipe do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina conta com 21 homens, cão de buscas, botes, caminhões e até drones – Corpo de Bombeiros Militar/Divulgação/ND

O bombeiro conta que, diferente das enchentes que atingiram Blumenau em 2008 e 2011, por exemplo, onde houve dias seguidos de chuva, este ciclone no Rio Grande do Sul foi muito concentrado nas cabeceiras de um único rio, que subiu de nível repentinamente e carregou tudo o que havia pela frente.

“A gente foi em áreas, por exemplo, que destroços completos de uma casa foram deslocados por quase 3 quilômetros de onde elas eram originalmente. Pessoas que estavam dentro dessas casas foram arrastadas e outras encontradas mortas, por outras equipes, por mais outros tantos quilômetros”, descreve Pamplona.

O bombeiro afirma que os trabalhos dos militares catarinenses também tem o apoio de equipes do Paraná, do Mato Grosso, além dos próprios bombeiros do Rio Grande do Sul.

Terceira equipe do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina conta com 21 homens, cão de buscas, botes, caminhões e até drones – Foto: Corpo de Bombeiros Militar/Divulgação/ND

As cidades mais atingidas foram Muçum, Encantado, Lageado, Arroio do Meio, Bom Retiro do Sul, Estrela, Roca Sales e Mariante. Segundo Pamplona, as áreas de buscas são muito densas e amplas, sendo fundamental o apoio de voluntários que ajudam os socorristas.

Bombeiro já esteve em cidade atingida pela tragédia

“O que me comoveu foi que há cerca de dois anos eu estive pessoalmente na cidade de Muçum, para fazer turismo mesmo. Ver aquilo arrasado pela água, com casas com marca de água até na metade do segundo andar e outras arrastadas, foi bastante triste. A cidade é muito acolhedora, uma região de pessoas espetaculares que atendem todos muito bem. Temos muitos voluntários trazendo comida, entregando itens necessários para a gente trabalhar, então, assim, essa parte é comovente. É uma força muito grande”, pontua.

Capitão Pamplona comanda o batalhão dos Bombeiros de Blumenau e chefia operação de buscas no RS desde segunda-feira (18) – Foto: Corpo de Bombeiros Militar/Divulgação/ND

Conforme o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, a terceira semana de operações de resgate conta com 21 militares de cidades como Blumenau, Chapecó, São José, Florianópolis, Timbó, Brusque, Balneário Camboriú e Porto União.

Dois binômios (dupla entre bombeiro militar e cão de busca) estão empregados nesta etapa, que são o Sargento Willian Valdeley com o cão Marley, além do Cabo Josclei Tracz e o cão Iron, ambos com experiência em apoio a tragédias ocorridas em outros estados.

O foco da operação dos bombeiros catarinenses é fazer buscas em locais onde podem haver desaparecidos soterrados. A Polícia Civil gaúcha afirma que há nove pessoas desaparecidas desde o início da tragédia e é estas pessoas que os bombeiros estão buscando.

“O nosso trabalho hoje é encontrar os locais de interesse para a gente passar o cão e ver se ele confirma se realmente ele há pessoas soterradas. São peneiras, que a gente diz e onde há muito acúmulo de material esse trabalho é dificultoso. A gente passa o cão, se ele demonstrar interesse, a gente revira com a máquina, passa o cão de novo, se ele continuar demonstrando interesse, a gente vai até esgotar o local”, explica Pamplona.

Vídeo mostra cão trabalhando em local atingido pelo ciclone

Terceira equipe do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina conta com 21 homens, cão de buscas, botes, caminhões e até drones – Vídeo: Corpo de Bombeiros Militar/Divulgação/ND

Sobre a existência de uma relação entre a tragédia do ciclone no RS neste ano e a catástrofe de 2008, da qual o capitão Pamplona diz que guarda recordações, o militar faz um alerta para Blumenau sobre o assunto.

“A gente nunca pode esquecer os grandes desastres do passado, porque eles são cíclicos e vão se repetir. Nossa última grande tragédia similarfoi há quase 15 anos. Então, construir em locais inapropriados, a gente tem que evitar. Assim que vierem alertas da Defesa Civil, não ignorem. Precisamos nos preparar, porque quando menos a gente esperar, Blumenau pode voltar a ser atingida. (…) Se a gente esquecer do passado, a gente não vai estar preparado para o futuro”, finaliza o bombeiro.

Relembre a tragédia no RS

As chuvas intensas que causaram enchentes e deixaram estragos em dezenas de cidades gaúchas provocaram 49 mortes no Rio Grande do Sul, segundo boletim da Defesa Civil do Estado emitido nesta quinta-feira (21). Foram 106 cidades atingidas e ainda há nove desaparecidos, segundo a Polícia Civil gaúcha.

Ciclone devastou dezenas de cidades e número de vítimas sobe para 43; vice-presidente chega ao Estado neste domingo (10) - Reprodução/Twitter/ND
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Ciclone devastou dezenas de cidades e número de vítimas sobe para 43; vice-presidente chega ao Estado neste domingo (10) – Reprodução/Twitter/ND

Ciclone devastou dezenas de cidades e número de vítimas sobe para 43; vice-presidente chega ao Estado neste domingo (10) - Prefeitura de Muçum/Redes Sociais/Divulgação/ND
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Ciclone devastou dezenas de cidades e número de vítimas sobe para 43; vice-presidente chega ao Estado neste domingo (10) – Prefeitura de Muçum/Redes Sociais/Divulgação/ND

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Desde o início do mês, foram mais de 3 mil pessoas resgatadas pelas forças de salvamento. Atualmente, existem 713 desabrigados, 22.283 desalojados e 943 feridos. Quase 400 mil pessoas foram atingidas, direta ou indiretamente, pela tragédia.

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