Deputado alerta para risco da baixa adesão à campanha de vacinação contra a pólio e cobra ações

A campanha de vacinação contra a poliomielite, doença também conhecida como paralisia infantil ou pólio, atingiu apenas 38,8% da meta em Santa Catarina. 

Do público-alvo formado por 388,2 mil crianças entre 1 e 4 anos, apenas 150,7 mil tomaram a dose de reforço da vacina que é oral. 

“É algo que preocupa muito. As campanhas de imunização têm registrado queda nos últimos anos, mas esse resultado é um desastre. Não podemos permitir que uma doença erradicada volte a assombrar”, apontou o deputado Vicente Caropreso, vice-presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa.

Deputado e médico Caropreso (Divulgação/Gabinete)

Para ele, o dado reflete o resultado de outras campanhas de imunização, como a da influenza ou a da dengue, que também ficaram bem abaixo da meta.

“Se Santa Catariana não registra casos de poliomielite desde 1989, esse fato se deve ao altos índices de vacinação, algo que não vem ocorrendo mais. A última vez que a meta de 95% de cobertura vacinal foi atingida ocorreu em 2017. Na campanha deste ano teve município de grande porte, como Blumenau, em que a vacinação atingiu apenas 24%”, explicou.

Para o parlamentar, a desinformação abalou a confiança da população na imunização. 

“Muitas pessoas são influenciadas por informações falsas, mentiras absurdas que circulam nas redes sociais, levando ao medo e à desconfiança em relação à segurança e eficácia das vacinas. É um absurdo o que vivenciamos. Um crime contra a vida”, disse.

Outro fator apontado pelo parlamentar é a complacência, a falta de percepção do risco. 

“Como médico, eu vivenciei o horror da poliomielite, vi criança perder o movimento das pernas, mas isso já tem quase 40 anos. A população mais jovem não conhece esse drama.  Isso pode levar à percepção equivocada de que a vacinação não é mais necessária, fazendo com que os pais não vejam urgência em vacinar seus filhos”, analisou. 

O vírus da poliomielite pode não estar circulando no Brasil, mas há casos em outros países. Se a população não está vacinada, fica vulnerável e suscetível à doença.

Para reverter essa tendência,  é crucial implementar estratégias urgentes e eficazes de comunicação e educação pelos governos municipais, estaduais e federal , apontou.

“Campanhas informativas baseadas em evidências científicas devem ser amplamente divulgadas, esclarecendo os benefícios e a segurança das vacinas. É preciso envolver toda a comunidade”, afirmou.

Vacinação continua

Embora a campanha tenha encerrado, o imunizante contra a paralisia infantil segue à disposição nos postos de saúde  para crianças com menos de 5 anos que estejam com a caderneta de vacinação em atraso.

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