‘Coaching e alquimia’: falso médico é proibido pela Justiça de atuar em Balneário Camboriú

Um homem que se apresentava como médico e prestava consultas de “terapias para saúde, medicina integrativa, naturopatia, homeopatia, osteopatia, hipnose, coaching e alquimia” está proibido de prestar qualquer tipo de consulta, sob pena de R$ 10 mil por dia. O “falso médico” atuava em Balneário Camboriú, Litoral Norte de Santa Catarina.

Falso médico em Balneário Camboriú

‘Coaching e alquimia’: falso médico é proibido de atuar em Balneário Camboriú – Foto: Pixabay/Ilustrativa/Reprodução/ND

A decisão é da 6ª Promotoria de Justiça. Segundo o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), o homem se apresentava na internet como doutor “profissional de medicina integrativa”.

Ele ainda dizia ser especialista no tratamento de diversas doenças, como câncer, depressão, ansiedade, insônia, variações emocionais, esteatose hepática, cálculo biliar, doenças de intestino e tireoide. Ele prestava atendimento em uma clínica de um cirurgião plástico.

Clinica alvo de ação

A clínica onde ele atuava também foi alvo da ação do MPSC, assim como o médico-cirurgião plástico, após a Vigilância Sanitária constatar irregularidades, como falta de alvará sanitário, condições precárias de higiene e presença de insumos com prazo de validade expirado, um destes há mais de sete anos.

A decisão da Vara da Fazenda Pública de Balneário Camboriú interditou a clínica e proibiu o médico, proprietário e responsável pelo local, de locar salas para pessoas que não comprovem habilitação técnica e não possuam autorização dos órgãos de classe profissional para atuarem, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.

MP investiga falso médico

Após investigação em um inquérito civil, o MPSC requereu à Justiça a concessão de autorização para que a Vigilância Sanitária municipal fiscalizasse o imóvel apontado como local em que o falso médico prestava atendimentos.

O local onde o falso médico atendia era, na verdade, uma pensão, com locação de quartos, e banheiro compartilhado. A dona do imóvel chegou a afirmar que o homem foi pedreiro e atuou com o filho dela, mas já havia se mudado do local.

Foi assim que o MP chegou até a clínica onde o falso médico atuava, no Centro de Balneário Camboriú. A Vigilância Sanitária, assim como o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas), foram até o local e flagraram o homem atendendo um paciente.

Conforme o MP, nenhuma das especialidades anunciadas por ele na internet foi comprovada. Foi apurado que os cursos rápidos de extensão que foram feitos pelo investigado não seriam de atividade médica, como demonstrado na ação. Na lista estão desde cursos de pescador artesanal até faixa vermelha de autodefesa.

Entre os serviços oferecidos estava a hipnose – Foto: Pixabay/Divulgação

A clínica

A fiscalização na clínica encontrou um local insalubre, com irregularidades, como produtos vencidos há mais de 7 anos, e outros sem registro da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Ainda conforme o MP, havia ausência de comprovação de esterilização dos instrumentos usados e descarte irregular dos resíduos infecciosos e perfurocortantes.

Além disso, a clínica não possuía alvará sanitário nem certidão de regularidade técnica emitida pelo CRM/SC (Conselho Regional de Medicina).

O que diz o investigado

A reportagem do ND+ entrou em contato com Anderson Guedes, alvo da ação do MP. Ele não respondeu os questionamentos da reportagem, apenas considerou as acusações falsas. O espaço segue aberto para posicionamento.

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