Jair Renan foi beneficiado por ‘Abin paralela’ em governo Bolsonaro, diz PF

Policiais Federais que atuavam na Abin (Agência Brasileira de Inteligência) utilizaram ferramentas da agência para serviços “ilícitos e para interferir em diversas investigações da Polícia Federal, como, por exemplo, para tentar fazer prova a favor de Renan Bolsonaro”, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

As informações constam no relatório encaminhado pela corporação ao STF (Supremo Tribunal Federal) e foram confirmadas pelo portal R7.

Esquema de espionagem na "Abin paralela" usava ferramentas de monitoramento da Agência Brasileira de Inteligência

Esquema de espionagem na “Abin paralela” usava ferramentas de monitoramento da Agência Brasileira de Inteligência – Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil/ Reprodução/ ND

Segundo o documento, “as ações de ‘inteligência’ realizadas não deviriam deixar rastros, razão pela qual a então alta gestão decidiu que não haveria difusão do relatório, ao tempo diligência solicitada pelo GSI diretamente para a Direção-Geral da Abin”. O esquema teria ocorrido sob a direção de Alexandre Ramagem.

“Noutros termos, o presente evento corrobora a instrumentalização da Abin para proveito pessoal. Neste caso o intento era fazer prova em benefício ao investigado Renan Bolsonaro”, completa a PF.

Jair Renan é pré-candidato nas eleições 2024

No início de julho, Jair Renan, filho mais novo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi exonerado do cargo que ocupava no gabinete do senador Jorge Seif (PL).

Ele é pré-candidato a vereador em Balneário Camboriú, cidade onde vive no litoral catarinense. Jair Renan é filiado ao PL (Partido Liberal), mesmo do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Morador de Balneário Camboriú, Jair Renan é pré-candidato a vereador pelo PL, mesmo partido do pai, Jair Bolsonaro

Morador de Balneário Camboriú, Jair Renan é pré-candidato a vereador pelo PL, mesmo partido do pai, Jair Bolsonaro – Foto: Redes Sociais/ Reprodução/ ND

Cinco presos em operação que investiga ‘Abin paralela’

Nessa quinta-feira (11), cinco pessoas foram presas preventivamente pela Polícia Federal, por participação no suposto esquema de espionagem ilegal. Segundo a investigação, os alvos dos mandados faziam parte de uma organização criminosa voltada ao monitoramento ilegal de autoridades públicas.

Segundo a PF, o grupo ainda usava os sistemas da Abin para produzir notícias falsas e criar perfis falsos para disseminação de notícias falsas. Computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações da Agência também foram usados para a espionagem.

PGR critica prisão de investigados

Em parecer, a Procuradoria-Geral da República destacou que “elementos indicativos de condutas graves praticadas pelos requeridos”, mas defendeu que não percebe fatos “novos ou contemporâneos” que justificassem as prisões e opinou pela decretação de medidas cautelares diversas, como tornozeleira, por exemplo.

A PF justificou as prisões por conta da gravidade das condutas atribuídas aos investigados, pelo risco de reiteração criminosa e necessidade de resguardar as investigações. Os mandados foram expedidos pelo STF.

Ainda, conforme a corporação, membros do esquema ilegal de espionagem com a estrutura da Abin rastrearam autoridades públicas, como os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luis Roberto Barroso e Luiz Fux e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), além dos jornalistas Pedro Cesar Batista, Mônica Bergamo, Vera Magalhães e Luiza Alves Bandeira.

*Com informações do R7.

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