JP3 Entrevista: Tio, filho e sobrinho compartilham histórias da Praia de Camboriú

Balneário Camboriú está comemorando 60 anos de emancipação político-administrativa no dia 20 de julho. Uma forma de manter ‘viva’ uma cidade é não perder de vista sua história. 

O jornal Página 3, que completa 33 anos no próximo dia 26, sempre dedicou espaço ‘livre’ para a história de Balneário Camboriú e a melhor maneira de fazer isso é ouvir pessoas que acompanharam bem de perto esse desenvolvimento.

Nesta edição entrevistamos pessoas que vivem em Balneário Camboriú há 60 anos ou mais, alguns são nativos, outros chegaram na década de 50, 60, mas todos ajudaram a construir essa história.

Paulo Manoel Adão, o Palico, de 74 anos, é nativo da praia, assim como o filho dele, Dijone Adão, de 45 anos. Paulo é tio de Maurício Jorge Simas, de 66 anos, mais conhecido como Escova. 

Os três conversaram com o jornal e relembraram a pesca, um rio que hoje é poluído e vida social de uma cidade que tem muita história.

Moravam na praia

Paulo/Palico: Morávamos aqui direto na praia, do lado do Hotel Fischer,

ali naquele prédio de 3 andar, aquele era o terreno do meu pai,

da frente até na beira do rio.

Até hoje não foi desmanchado ainda, ele tem 4 andar e tem janela para o lado,

de lá e do lado de cá, na frente, não tem janela.

Do lado do Hotel Fischer.

É o prédio famoso que não tem janela para a praia. 

Ali era o nosso terreno, ali era do meu pai ali.

Aí nós viemos ali, depois que eu casei, daí o pai vendeu lá,

na época, por 700 mil cruzeiros.

E aí viemos para a Vila Real, o pai comprou um pouco de terra aí,

deu para cada filho um pouco aí. 

E aí eu mudei para cá. 

Meu pai era o Manoel Antônio Adão.

Aí nós viemos para cá, para a Vila Real,

 e hoje eu estou nessa rua aqui (Rua Dom Miguel) há 52 anos. 

Meus filhos nasceram tudo aqui.

Vista geral da Praia Central e vista parcial do Rio Camboriu, em 1973  (Foto Arquivo Histórico de Balneário Camboriú)

Como era a cidade na época

Eu acho que eu lembro que, se contar assim, 

onde nós morávamos, até no centro lá,

era mais ou menos umas 20 casas devia ter. 

Mais ou menos tinha, que eu lembro, era o Hotel Balneário, que era de madeira,

Miramar, de madeira, pintado de verde. 

O Hotel Balneário era todo de… como se diz…

daquela massa amarelada que era um óleo.

Que eu lembro bem, aí tinha o Tartaruga pra cá,

tinha o Hotel Capilé, que era bem na beira da praia, em cima da praia,

que tinha duas irmãs que serviam.

E começaram a construir, lá no final, que era o Cabana, lembra?

Aí começaram a construir o redondo lá, que era o Marambaia.

Muito antigo, ali, 60 anos.

Na pesca desde que nasceu

Paulo/Palico: Vivo na pesca desde quando eu nasci, idade de 9 anos

já ia com o pai para a pesca. 

O biso já era pescador, então é a quarta geração.

Agora, espero que quando eu partir dessa vida aqui,

que fique o meu filho, que não venda isso aqui. 

Ele tem os negócios dele lá para cima. Mas que não venda sso aqui,

que fique aqui, sempre trabalhando na pesca, para a gente continuar a vida.

Ponte pênsil

Paulo/Palico: Sabe aquela ponte pênsil que tinha ali?

O meu pai dava manutenção naquela ponte.

Aquela que a chuva levou.

João Goulart

Palico: O meu pai conhecia pessoalmente o João Goulart.

Andava com ele de barco, pescando.

Queria que o pai tivesse batido as fotos.

Vou falar pra você, quando eu perdi o meu irmão, tinha 11 anos. 

Quem levou pro hospital, pro Marietta, que pegou o teto, daquele quando você vai na água,

Foi o João Goulart e o velho Fischer,

numa Kombi ainda.

Pescando com nós, pescava direto com nós o João Goulart.

Com um aviãozinho que pousava direto, um teco teco, na praia.

A pobreza ia lá, ele dava coisas para a pobreza que morava na Barra,

do outro lado do rio… ele sempre ajudava.

É a história de Balneário.

Campoa do Palico

Paulo/Palico: Aqui onde eu moro hoje, chamavam de Campoa do Palico,

porque o meu nome é Paulo, mas chamam de Palico, né? 

Era onde dava mais camarão, um criador de camarão, era aqui.

Agora tá virado em dois metros e meio de lodo, que não limpam né cara,

não vem dragar isso aqui… 

Acabou o camarão, acabou tudo. Não tem ninguém que cuida, né? 

Tinha muita fartura aqui. 

Isso aqui, quando eu cheguei aqui, você não acredita…

Cara, isso aqui do lado aqui era uma praia igual a nossa praia,

não tinha lodo, não tinha nada aqui. 

Quando meus filhos eram pequenos, eu tinha um barquinho mais pequeno, 

quando dava um lestão, eu pegava o meu barco menorzinho que eu tinha,

colocava a rede de camarão atrás aqui e dava a volta lá na saída e voltava. 

Pescava 20 quilos de camarão, direto, de tão limpinho que era o nosso rio.

Pescadores entre os anos 50 e 60 (Foto – Arquivo histórico)

Na praia também

Palico: Na praia também… era fartura, fartura de peixe.

Você dava lanço de sardinha, e encalhava na praia. 

Tinha que levantar a rede pra soltar, e todo mundo levava, nunca foi vendido,

era de saco.

Tainha era barbaridade na época aí. 

Escova: A tainha em Balneário Camboriú,

esses dias eu estava vendo uma reportagem sobre o barulho das lanchas e a pesca da tainha. 

A tradição da tainha não podia acabar nunca. 

Tem que ter lei, porque é um período, gente. 

Se fosse antigamente, os pescadores antigos, dava com o bambu nas costas, né? 

Porque não é preconceito, não é nada, é um direito que eles têm,

são donos da embarcação, tem habilitação para andar, tudo mais,

mas tem que ter um respeito pela cultura.

Vai acabar a cultura igual, eu vou deixar registrado aqui também, tá? 

Fizeram, graças a Deus, esse ano fizeram um lugar para os pescadores,

mas fizeram a 100 metros da praia, pô.

Como vai puxar a tainha até lá em cima?

Um pescador disse que eles não poderiam levar a luz elétrica até lá,

ah, bota um poste temporário, caramba. 

Falta de vontade. 

Palico: Se você contasse o máximo de pescador,

vinte, mais ou menos, na minha época.

E rede na praia, tinha, que eu lembro bem, tinha três.

Escova: Tem muita coisa na cultura de Balneário Camboriú

que deveria ser mudado para manter essas tradições.

Muito robalo

Maurício/Escova: Quando eu vim morar na Vila Real,

morei bastante tempo na Vila Real, era piazão, bem jovem. 

Eu conheci a família de seu João e a gente pescava a noite,

pegava robalo de tarrafa a noite.

A água era clarinha. Eu via as pessoas mergulhar de cima daquela pedra ali,

antes de ter a ponte pênsil.

Ali, aquela água era clarinha, tu via o fundo, assim, a coisa mais linda. 

Dragar o rio

Paulo/Palico: Desde o falecido Pio pra cá, que foi o nosso primeiro prefeito, 

até hoje não tem ninguém que dragou isso aí cara.

Entrar um, entra outro, vereadores mentirosos que vão pegando mentira,

que amanhã vão dragar… 

Quando tinha fossa, todo mundo cuidava, não tinha esse fedor. 

Porque saia só a água limpa.

Você passou da ponte da BR para lá, dizem que tratam lá no Nova Esperança,

que tu não aguenta do fedor. Deveria continuar com

fossa e filtro, eles poderiam bombear, e seria melhor do que hoje.

Escova participou da abertura da Emasa

Maurício/Escova: Quando eu escuto uma conversa como essa, me dói, sabe? 

Ver o que era o nosso rio…

A gente trabalhou para mandar a Casan embora daqui,

e eu fui um dos influenciadores para ter a Emasa,

e hoje ver a Emasa produzir, o que está produzindo,

devolvendo o esgoto para o Rio Camboriú, na qualidade que está, 

olha, Deus me perdoe, tem hora que dá saudade da Casan.

Eu posso dizer isso de cadeira, porque eu fui, assim, não é ameaça, mas levei muita bronca de pessoas grandes da cidade por autuar a Casan, 

eu autuar a Casan, como fiscal, porque era minha obrigação.

E agora o que acontece? Agora tem uma empresa do município,

que é o setor do município que mais arrecada, e continuam mandando água poluída 

para o Rio Camboriú.

É como o Palico falou, chega um trecho ali, que não tem condições a catinga.

Rio vai ser despoluído?

Vista do Rio Camboriú, na Barra Sul, em 1980 (Foto Arquivo Histórico de Balneário Camboriú)

Maurício/Escova: Eu acho que não é difícil não, sabe? Despoluir o rio.

Palico: Não, não, não. 

Escova: É, bastava os dois municípios se unir em torno disso. 

Porque o rio poluído não é bom pra ninguém.

Já foram um município só, e não precisa mais ser isso.

Mas precisa se apoiar ali, sem dúvidas. 

Uma serve a outra.

Eu não sou melhor que ninguém, mas eu aprendi dentro da filosofia 

do Partido Verde, que quando a coisa é boa,

a gente copia. 

E quando é positivo, que tu vê, copia. 

Vender um apartamento de 15 milhões e o cara não poder

tomar banho de mar na frente da casa dele, que é isso? 

Uma cidade diferente

Palico: Agora tá fazendo 60 anos né…

E eu lembro quando falaram que ia ser uma cidade mesmo.

Quando emancipou.

Mas agora é uma cidade ruim, com ladrão, marginal, e antes não era.

Tem uma cidade agora. Essa é a cidade que nós temos. É verdade.

Escova: Sim, é outra cidade, é outro mundo.

Palico: Já não é mais Balneário.

Escova: Eu já vivi um período aqui extraordinário, né?

Mudou muita coisa, a gente fez parte disso.

Teve coisa pra melhor, agradeço que pelo menos salvamos as praias agrestes.

Balneário é uma cidade impactada, não tem mais o que fazer.

Eu sou nativo, eu e meus avós também, minha mãe e meus avós. 

Minha avó é nativa da Praia do Pinho.

(A história da família de Escova pode ser conferida aqui; a mãe dele, Dona Bela, já falecida, foi entrevistada pelo jornal em 2020).

Tio, filho e sobrinho relembrando a história de Balneário Camboriú (Foto Renata Rutes)

BC famosa pelos prédios

Escova: O que mais mudou e impacta são os prédios…

Palico: Sim. O edifício mais velho é o Albatroz.

E o Punta del Leste, que é do lado do, que é o baixinho. 

Escova: O Imperatriz já foi no tempo dos Schultz, né? Há 40 anos, por aí.

Ele era um dos mais altos da época. Chegou a ser o mais alto de Santa Catarina.

32 andares, elevador panorâmico, mas é cheio de quitinete, né? 

Olha como é que era o progresso de Balneário Camboriú.

Quando, independente do nome, sem falar nome, aquele tipo de construção não podia mais ser na Avenida Atlântica. 

Aí, essa era nova, a Era Pavan acabou com isso, né? 

Fale o que quiser, mas a Era Pavan acabou com essa situação.

Hoje os prédios são valorizados. Imagina, a Avenida Atlântica,

de ponta a ponta cheia de quitinete,

ia ter duplicação, ia estar do jeito que está hoje, não ia estar, né? 

Então, está na hora de ter outro visionário aqui, tá?

Festas da época

Palico: Tinha as domingueiras, era gaita, sanfona.

Era nas casas, mas tinha um salãozinho também.

Era uma festa boa pra caramba.

Era com lampião, né, querosene na época, que não tinha luz,

e ali era forró, o pau quebrava… era bom pra caramba.

Dividido por região

Escova: A cidade, quem é daqui, conhece. 

Existia muito o pessoal do Pioneiros, o do canto da praia,

o pessoal da Barra, o pessoal da Vila Real… já era dividido em bairros,

assim, todo mundo sabia quem era o bairro de quem, né? 

E, às vezes, até isso era bem barrista, assim, né? E eu tenho o meu primo, André,

que tinha circulação em todos, sabe? 

Hoje ele tá morando na Bahia.

Escova: A Brasil não tinha quase ninguém. 

Na Brasil se passava um trilho. Tinha que ir ali por dentro da Brasil.

Tinha uma padaria que era a padaria do Seu Irineu e encontrava lá, 

mas era um trilhozinho, só.

A Atlântica, você quando saía de lá, você tinha que passar por dentro da água,

por causa da roseta, de tanto de roseta que tinha. 

Não tinha como você caminhar em cima, tinha que ir por dentro da água. 

Escova: Tinha um lago ali perto do hotel Fischer, quando a maré tava cheia,

tu não passava. 

Palico: Tinha aquele grandão no Marambai e ali que entrava direto o mar,

e tinha o grande onde era o San Remo, na Tamandaré.

Tinha umas cinco lagoas pela cidade.

E tinha que caminhar por dentro da água, porque tinha muito aquela espinha roseta.

Era uma areia bem mole, bem solta, né? E tinha que passar por aqui. 

Escola na época

Palico: Eu estudei na Barra. Morava na praia, estudava na Barra.

Estudei até o… Eu cheguei nem completar bem o quarto ano primário, né? 

Até a quarta série. Aí escola para os maiorzinhos era em Camboriú.

Mas como era tudo pobre na época, não tinha como a gente estudar, né?

Escova: Eu estudei no João Goulart, no primário.

Mas a minha escolinha era onde é o Shopping Atlântico. Uma casinha de madeira.

Atrás tinha a lagoa do Marambaia.

E tinha aquela tábua, cara. E o professor se incomodava com a gente, porque… 

Acabava a aula, dava com aquilo… dava com a cabeça em cima, né? (risos)

O João Goulart era até a oitava série, mas eu estudei até a quarta série 

e fui para Camboriú, porque eu fui morar na Vila Real

e era mais perto de estudar no José Arantes, atravessava o rio com a bateira. 

Turismo

Palico: Turismo era só no no verão, que tinham os quartinhos

já reservados ali no Hotel Fischer e pouca gente também, não era muito.

Eram mais os alemães, o pessoal mais de Blumenau, do Paraná, pouca coisa,

mas vinha mais de Blumenau. 

Tinha também o Hotel Balneário também, o Miramar também.

Tudo em Camboriú

Palico: Era Camboriú que tinha tudo, na época aqui no Balneário não existia nada.

Tudo que você queria comprar tinha que ir para Camboriú. 

Na Vila, né? 

Lembranças

Escova: Tinha corrida na Atlântica de carro, de calhambeque.

Tem foto disso! Encabeçado ali pelo Ademar Silva, aquele pessoal ali, né? 

Era legal pra caramba.

Era maluco. Fazia curva lá no final.

Quanta coisa ousada acontecia, né? Hoje nós temos uma baía 

Pouco aproveitada. 

Tá na hora de ter uma competição náutica aí. Coisas diferentes. 

Ainda mais agora com esses espaços de areia da praia.

Tu vê aí um mundo inteiro acontecendo as coisas na praia e aqui a gente não faz.

Atrativos turísticos

Escova: Teve muita coisa na época.

Teve o camping e o boliche ali na Barra Sul.

Eles aterraram ali, o Shopping de Verão, que era deles também. 

Palico: O camping foi um atrativo, né? Porque naquele tempo

muitas pessoas acampavam e acampavam na praia.

O que tinha para fazer era só a praia.

Escova: E assim, o nativo sempre arruma um lugar para se divertir, né? 

Fazia os bailes na casa do um, na casa do outro, então, diversão sempre teve, né?

Mas, assim, ao ponto de atrair turismo e tal… Era a praia. 

A praia era o grande atrativo. 

Segunda geração

Dijone Adão: Eu tenho 45 anos de Balneário, né,

porque eu nasci e me criei aqui. 

Como eu sou filho de pescador, eu andei muito no rio, na praia. 

Eu lembro que a gente passava a peneira aqui,

eu ficava esperando o meu pai sentado aqui, e aqui era tudo areia aqui,

o camarão, vinha e beliscava no pé. 

A água era limpinha, nós saímos às vezes pra pescar robalo aqui, 

Dava muito robalo antigamente. 

Eu lembro que a Terceira Avenida era de barro ainda, 

a Avenida de Brasil era até um pedaço, nem tinha aquela beira rio ali,

não existia. 

Eu lembro que o final da praia ali era muito bonito,

tinha aquela coroa enorme que fazia lá. 

No final, às vezes a noite, a gente ia nos barzinhos

que tinha antigamente, porque antigamente era mais era barzinho.

Ninguém tinha medo de nada, né. 

Dava pra dar pé tranquilo. 

Agente atravessava o Morro da Rainha ali, a pé, que era só

um trilho para chegar na Praia Brava lá. 

Balneário hoje: difícil de reconhecer

Palico: Virou outra coisa, né? Olha, tem hora que eu entro em rua, 

e começo a olhar. 

Tá tão diferente, né? Aí, por isso que eu digo, o cara não se perde porque

é olhar pra lá e é o mar, aí só vai sair no mar. 

Mas tá enorme, tá? 

Escova: A gente, esses anos todo, morando na cidade, e sempre dirigindo,

mas quando tu dirige, não vê a cidade direito, 

esses dia eu tava de cabeça baixa, eu levantei a cabeça, 

até eu me tocar que tava na rua 1500, foi um trabalho, tá? 

Aí eu passei na frente da Ótica Itaçu e ‘ah, tô em Balneário’ (risos).

Palico: Andava tudo de pé, vendendo camarão, peixe, parecia perto,

e hoje você não conhece mais nada e é tudo longe pra caramba, rapaz…

Escova: Eu tenho medo, sabe? Tem muito espaço físico ainda, muita terra, né? 

Mas enquanto não tiver um programa de mobilidade urbana

devia se parar um tempo. Caramba!

É igual a pesca da tainha, se parar um tempo, vai melhorar.

Qual é a melhor parte da tainha… é a ova, né? 

O que que reproduz? É a ova.

Se não tiver a tainha ovada, não vai ter mais filhote, né? 

São coisas assim que… Não precisa ser muito entendido no assunto

pra ver que é assim. E Balneário Camboriú também.

A ova de Balneário Camboriú é a praia, né? 

Por isso precisam cuidar do esgoto, cada edifício deveria ter tratamento no subsolo mesmo.

Já existe essa tecnologia. 

Palico: Mas eu acredito na futura geração, acredito na gurizada, sabe? 

Escova: E são só duas cidades, o rio é pequenininho, quem conhece as nascentes, sabe.

Eu lembro até quando o Rio Marambaia não era poluído e era navegável,

mas em 89, quando nós assumimos Secretaria do Meio Ambiente,

o falecido Nadinho e o falecido Ronaldo, já estava poluído.

Nós ainda entramos dentro daquele canal, de ponta a ponta. 

E lacramos na época, todos os esgotos clandestinos, o Nadinho se intoxicou, 

o Ronaldo também. Mas nós conseguimos na época, 

onde a gente não conseguia ir pessoalmente, o humano, 

nós chegamos a contratar um robôzinho na época, uma camerazinha aqui, 

todo o centro da cidade foi mapeado.

E todas as fossas foram lacradas.

Ainda dá pra gente mudar a história que vivemos hoje. Eu acredito nisso para o futuro.

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