Usina do aterro sanitário de Itajaí é referência no uso de gás para geração de eletricidade

O gás metano que sai do lixo orgânico é 23 vezes mais agressivo à natureza do que o dióxido de carbono. Um gás poluente e que na maioria das vezes não recebe destino correto. Por isso, a usina de biogás que funciona junto ao aterro sanitário de Itajaí tem um papel muito importante, pois além de capturar esse gás ainda o transforma em eletricidade.

No aterro sanitário de Itajaí o fluxo de caminhões que chegam com resíduos aumenta muito durante o verão

No aterro sanitário de Itajaí o fluxo de caminhões que chegam com resíduos aumenta muito durante o verão – Foto: Divulgação/ND

Gás do resíduo reaproveitado no aterro sanitário de Itajaí

No aterro sanitário o fluxo de caminhões que chegam com resíduos aumenta muito durante o verão. Assim como o número de pessoas, que quase triplica nas cidades de Balneário Camboriú e Itajaí, a quantidade de rejeitos também cresce.

Heloisa Ferreira da Silva, analista de projetos da Ambiental explica sobre importância do aterro, que vai além do recolhimento dos resíduos.

“Querendo ou não todas as cidades acabam gerando muitos resíduos e nós precisamos colocar num local que gere menos impacto. A gente recebe mais ou menos entre 550 e 600 toneladas dia tanto de Balneário Camboriú quanto de Itajaí, na alta temporada em novembro começa a sentir impacto maior dos resíduos chegando 650 a 700 toneladas dia, no pico de dezembro”, explica.

Esse montante que fica no aterro em decomposição libera líquidos e gases. O chorume é destinado para uma central de tratamento de efluentes, evitando a contaminação do solo e recursos hídricos.

Já os gases gerados na decomposição da matéria orgânica são captados por uma malha de dutos em vários pontos do aterro, possibilitando a destinação para o sistema de biogás.

Felipe Alves, técnico eletricista da usina de Biogás conta como é o processo.

“A gente faz a aspiração do gás e o gás só tem um leve tratamento para tirar alguns componentes e é utilizado como combustível para geração, no gerador mesmo como ali tem o motor a gente busca o gás e solta ele como um combustível”, relata.

Biogás vira eletricidade

São os equipamentos importados da usina de biogás que fazem todo trabalho de transformação dos gases em energia elétrica. Um processo minuciosamente analisado diariamente pela equipe que acompanha o processo na parte externa e interna. Pelo computador cada tubulação é verificada, a geração, a queima, a produção de todo o gás que vira energia e cai diretamente na rede.

“A gente é o fim da rede, então, a gente tá gerando e empurrando energia para a Celesc, pois no momento estamos gerando 1.9 a 2 megawatts o que seriam 2 mil quilowatts hora”, destaca Felipe

Quantidade que pode abastecer com energia elétrica uma população de 20 mil habitantes. Essa produção de biogás para fins comercial no aterro sanitário de Itajaí iniciou no ano de 2014 com a idealização e estruturação do projeto começou a ser uma realidade em Santa Catarina.

Hoje, já são 82 plantas sendo o terceiro estado do país que mais aposta na produção de biogás, com crescimento de 17% nos últimos dois anos. Mas, a maioria a partir das estruturas de biogás são de uso de dejetos de suínos. Já a partir dos resíduos de aterros sanitários a proposta ainda está engatinhando o que faz com a usina de Itajaí seja referência em Santa Catarina.

 

Adicionar aos favoritos o Link permanente.